Dizem que os melhores textos são escritos a partir da dor. Eu não posso descrever o que eu sinto agora, mas eu sinto que eu quero escrever. Esse monte de coisas aleatórias que não fazem muito sentido. Ou talvez façam, eu não sei.
Eu cheguei a esse ponto em que eu não sei de mais nada. Eu não sei o que fazer. O que me espera lá na frente é imprevisível e eu não sei o que fazer se tudo não acontecer como eu planejo. Se tudo tomar um rumo completamente diferente. Eu me pego um milhão de vezes com as mãos na cabeça, o coração cheio de dor e os olhos apertados, tentando não deixar a primeira lágrima cair quando eu me pergunto “E agora?”.
E em voz alta eu repito “E agora?”.
E é inevitável quando eu ouço aquela pergunta sair de mim, e eu penso nela como se outra pessoa estivesse me perguntando e eu sinto como se eu devesse ter uma resposta, mas eu não tenho. Então, é inevitável ouvir o desespero na minha voz quando a pergunta sai. E quando a primeira lágrima cai, ela já vem em um conjunto espesso e eu não posso mais controlar o choro desesperado. E quanto mais eu tento me acalmar, mais eu penso nas coisas que me fazem querer chorar.
Eu mesma me abraço, e eu mesmo me digo pra ficar calma, que vai ficar tudo bem. Eu enxugo meu próprio rosto e eu sorrio pra mim mesma.
E eu estar sozinha desse jeito não me faz querer chorar mais. Me faz ter raiva. E por raiva eu me mando parar de ser idiota, e parar de chorar porque ninguém se importa. E é quando eu consigo dormir, porque o choro dá aquela sensação de cansaço e o sono vem mais fácil, e eu to pensando com os olhos fechados quando de repente, os meus pensamentos são substituídos por sonhos que me deixam mais confusa ainda.
E no meio da noite eu acordo. Não tem luz nenhuma e eu demoro pra me situar. Eu sei onde estou, eu não estou em casa e não tem ninguém comigo.
Eu construí meu próprio mundo, eu me isolei dentro dele, juntei tantas coisas aleatórias e sem sentido, que eu não sei se alguém um dia vai se sentir confortável pra entrar. Porque é impossível que alguém se identifique com tantas coisas avulsas, que eu peguei de tantos mundos diferentes, de tantos lugares isolados. E eu acho que eu só me fodi entrando nesses lugares tão isolados e me afundando neles. E agora eu sou tão diferente que nada me é familiar, nada me dá segurança, nada me dá conforto. Eu me tornei uma bagunça.
E eu nem posso falar sobre isso com ninguém porque... Bem, porque a pessoa ia pensar que o que eu to dizendo não faz sentido.
Faz sentido, Hannah?
2 comentários:
É uma década de diferença de idade, milhares de km de distância e... me sinto exatamente da mesma maneira. Tento ver pelo lado positivo: saber disto faz com q eu me sinta menos só.
Amo vc
É bem isso que aconteçe comigo! Eu me prendi no meu mundo, e não é que eu ñ quero que ninguem entre nesse mundo, é que ninguem consegue entrar nele! Nesse meu mundo, nada faz sentido, como você disse "peguei tanta coisa d outros mundos" que ninguem entende! Por isso que eu tenho tantas idéias, tantos pensamentos que ñ me fazem uma menina normal, uma menina da minha idade, me tornei velha, tatalmente diferente. Mas isso um dia será bom, lá no futuro, nós vamos ver que correr atrás de meninos e sair todos os sábados ñ ajhuda em nada. Só os fortes vençeram, e para criar um mundo completamente SÓ seu não é fácil, é coisa de pessoas fortes!
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