sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Fim.

Tem uma hora em que a gente percebe que ele chegou. A gente não sabe explicar nem como nem quando você percebeu ele chegar, mas ele está lá, dançando bem na sua frente. A gente só não se conforma.A gente continua empurrando, tentando fazer durar, adiar, mesmo sabendo que o fim está ali. Ele já chegou. De repente você enxerga as pesoas de forma diferente e você sabe que ninguém ali é capaz de te entender. Você pode perceber todo movimento feito para te manipular e, pela primeira vez, você pensa se deve ceder ou não. É uma quebra de encanto, eu não sei bem como explicar.
O que eu mais queria era viajar, tirar umas férias da minha vida.
E um pequeno desencanto pra você:
Eu sou mais do que essas palavras, e eu realmente não sei se você é capaz de ler nas entrelinhas.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Ímpar

Eu estou naquele momento da vida em que se percebe que não somos especiais. Que somos iguais aos outros. Nós ficamos pensando que fazemos alguma diferença, que somos realmente especiais. Mas é assim que todo mundo se sente. Eu que me achava tão inteligente, tão diferente, agora percebo uma série de fatores na minha vida que me fazem perceber que eu não sou tanto assim.
Há coisas que simplesmente fluem, como essas palavras; mas há coisas que não vêem o meu esforço e sempre dão errado. Falta de atenção. E eu começo a me ver do jeito que as pessoas me vêem. Qualquer uma. Uma outra pessoa na vida. Uma outra pessoa que acha que é diferente, que é especial. Estou me vendo como uma pessoa alheia, como alguém que senta ao meu lado ou alguém que me ensina uma matéria; Minha amiga, colega de classe ou minha mãe. Não sei quem eu sou, mas agora sei a quem vejo. As pessoas são diferentes, as pessoas são especiais. Você é especial, mas não espere que as pessoas percebam isso.
Acredito que o maior desafio das pessoas não é ser especial para alguém ou ter alguém especial na sua vida. O maior desafio que da pessoa humana que vive, é perceber que ela é especial para si mesma.
Nem mais nem menos, apenas isso.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Fantasmas

Às vezes o passado volta. E as coisas que você não resolveu antes, bem, você não consegue resolvâ-las agora de qualquer maneira.
Eu vejo rostos que me causam arrepios e me dão vontade de morrer. Todos os dias, alguns dias mais do que outros.
Estou vivendo de déjà vu e às vezes eu queria deixar de ser um troféu na estante de alguém e queria que ao menos uma vez ela se importasse com o que eu sinto, com o que eu penso. Talvez eu mereça mais do que acho que mereço.
Eu nunca me senti tão ignorada, mesmo quando tem tanta gente me perguntando o que eu sinto. É só que as pessoas que eu queria que se preocupassem, simplesmente não se preocupam e tampouco se importam se têm algo pra se preocupar.
É fácil falar, depois do leite derramado, "por que você não me contou?". E você entenderia? Você entende? Bem, o que eu sei é que você nem procura entender.
Eu sou um emaranhado de cordas que estão prestes a arrebentar no meio de outras que já estão gastas o bastante, esperando só um sopro do vento ou algo como isso. Então eles dizem que estou revoltada, que sou fresca e só concordo porque eu percebi que não adianta me defender. Eu mudo meus hábitos alimentares, eu tento ressucitar roupas, perder peso, talvez até estudar ou dormir em um horário diferente, sumir dois dias da rotina e parece que nada adianta. Eu não tenho a satisfação, nem a saúde, nem a boa nota, nem o prazer. Pra quem não tinha emoções, eu pareço uma ferida inflamada agora.
Talvez seja a hora de entender que eu sou feita de linhas, não de elásticos.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Liberdade

Essa noite eu tive um sonho daqueles em que você não tem vontade de acordar. Sonhei que eu estava em um tipo de ilha, onde tinha mar, areia, árvores e grama verde. E eu corria pela areia, pela grama, corria entre as árvores e eu me sentia tão...livre. Eu não me sentia cansada de correr, muito pelo contrário, eu me sentia viva, disposta. Me sentia muito mais viva no sonho do que costumo me sentir na realidade. Eu estava correndo pra chegar em algum lugar, mas eu sempre me esquecia do caminho. Então eu voltava para um tipo de pousada onde eu estava, meus amigos e família estavam lá reunidos. Havia piscinas e chalés de madeira. O sol era agradável, como se sempre houvesse uma nuvem na frente dele.
Sempre fui vidrada nessa idéia de liberdade. Dizem que é porque sou aquariana, não sei.
Mas durante todo o sonho, eu corria pelo mesmo caminho, mais pela sensação de liberdade do que pelo propósito de chegar a algum lugar.
Esses sonhos costumam ser frustrantes quando acordamos, mas penso que eles sempre costumam nos ensinar algo sobre nós mesmos.
Hoje descobri que o limite da minha liberdade é o medo de me perder.

domingo, 19 de outubro de 2008

Trilha sonora

"Eu não sei o que você está esperando de mim. Eu estou andando com seus pés, seguindo as suas palavras. Há algo frágil separando minha vontade da minha sanidade. E ainda assim, cada passo que eu dou é mais um erro que eu cometo pra você. Eu posso sentir você aqui, controlando o que eu penso, observando o que eu digo, e eu faço tudo de acordo com essa idéia de que você pode estar me observando de alguma forma. Eu fecho as portas, viro as fotos para a parede, cubro os espelhos. Mas você continua aqui. Estou cansada de fingir ser a sua garota perfeita, enfeitando sua imagem quando você anda. Eu me afundei em você e cada vez mais eu só pareço estar perdendo o que ainda resta do que eu costumava ser. Mesmo lembrando de toda a vergonha que eu derramei sobre mim, eu ainda gostaria de ser menos como você e mais como eu.
Você está cego pelo seu rancor, tentando suprir a necessidade de ser melhor do que alguém que você nem conhece. Você não vê que você está me destruindo, me segurando forte, com medo de perder o controle. Me observa indo embora, não suportando a idéia de me deixar ir, sabendo que eu posso não voltar amanhã. E ainda assim você se sente meio indisposto quando vê que eu volto e ainda não sou o que você gostaria que eu fosse. Eu estou caindo aos pedaços bem na sua frente. Cada segundo que eu passo com você é mais do que eu posso aguentar.
Eu me tornei fraca, moldada pela sua idéia de perfeição.
Eu só gostaria que você tentasse ser o que você quer que eu seja."
Antes que vocês perguntem se eu estou com problemas, vou explicando que nem sempre escrevo sobre mim. Eu estava escutando "numb" de Linkin Park e achei a letra parecida com alguém.
Então eu escrevo "entre as linhas" da música, se é que me entendem.
Enfim, se a carapuça serve a alguém, pois é.

sábado, 11 de outubro de 2008

Vozes

A neve cai pesada em algum lugar do mundo onde eu queria estar. Eu seria anônima. E eu começaria novamente.
E eu continuo aqui, vendo TV, me alimentando de imagens que eu nunca serei.
Acontece que chega um momento na sua vida em que tudo está tão desorganizado que você não consegue mais colocar os pensamentos em ordem. Você teria que tirar tudo de lá e começar do zero.
Você esvazia o quarto, as gavetas, o guarda-roupa e arruma tudo do jeito que você fez no começo.
Mas é inútil. Porque você vive, você se apressa, você muda as coisas de lugar e de repente você não sabe mais onde elas estão.
As coisas tomam rumos estranhos. Nós ficamos pensando e nos perguntando onde erramos, mas não adianta nem saber o que aconteceu, porque a gente não pode voltar no passado e mudar tudo. E, às vezes, as coisas parecem tão perdidas que nos falta estímulo para recuperá-las.
A verdade é que nós somos escravos da nossa mente. Ela nos faz agir diferente tendo motivos que não conseguimos processar no momento. Nosso comportamento para com alguém funciona de acordo com lembranças. Sejam elas conscientes ou inconscientes. É o que chamamos de intimidade.
É um conceito meu, e também a única explicação para o comportamento que eu tenho tido com algumas pessoas. Às vezes as pessoas te dizem alguma coisa sobre alguém e quando você está com esse alguém você fica procurando motivos para que aquilo seja verdade. Mesmo que você queira que seja mentira.
Algumas vezes saber de nada é melhor do que saber disso tudo.
Estou complicada hoje.
O post também.
Mas é madrugada.
E a madrugada a hora da inspiração.
De alguma forma eu me sinto inexistente. E não é surpresa alguma.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Linhas e metáforas

Comecei a escrever porque me faz mal não me expressar. Geralmente a gente pensa, escreve as coisas em um lugar qualquer e elas se perdem com o tempo. Aqui tenho a oportunidade de compartilhar meus pensamentos com quem se interesse e fico feliz que alguém se identifique com o que escrevo. Obrigado a quem me incentiva e a quem me elogia. Os comentários são poucos, mas são únicos e especiais.
Esses dias foram meio nublados pra minha inspiração. Deve ser a TPM, não sei. Eu sempre fico meio otimista e isso me bloqueia muito. Mas hoje eu cheguei em casa cansada, me deitei e as idéias simplesmente começaram a borbulhar dentro da minha mente. Então eu tive que me levantar pra escrever aqui.
Muitas coisas novas têm acontecido.
Nesse feriado eu descobri milhares de novas sensações que nem consigo lembrar direito. De alguma forma, elas vieram como um déjà vu. É sempre assim. Tudo que vivo ou sinto pela primeira vez me faz ter a sensação de que eu já vivi e não me lembro. Talvez porque eu tenha imaginado como seria.
Descobri que é bom ficar triste, que é bom chorar, sofrer. Só assim nós sabemos por que é tão importante estarmos felizes. Quem ignora a tristeza provavelmente nem sabe por que está sorrindo. Talvez nem saiba por que está vivendo.
Também descobri que o o passado e o presente são como duas linhas que se entrelaçam constatemente, e os espaços que existem entre uma linha e outra são nossas escolhas para o futuro.
O problema nessas escolhas é que não podemos voltar para o passado, não sabemos quanto tempo dura o se realmente existe o presente e nem sabemos o que podemos esperar do futuro.
Já sonho e realidade são linhas que dificilmente se enlaçam. Mas são interligadas. Nossa dificuldade é saber onde a ponta de uma começa e a outra termina para podemos cortá-las e separá-las. Eu, particularmente, acho que elas ficam bem melhores juntas.

domingo, 21 de setembro de 2008

Penso, logo existo.

Pra quem gosta de filmes tristes como eu, eu indico "Banquete do amor". Acabei de assistir e estou toda inchada por causa da minha alergia. Pois é, não posso chorar. Ironico, não? Eu sou alérgica a amendoim, grama, poeira e...lágrimas. E, geralmente, qualquer coisa me faz chorar. Chorei no cinema, pela primeira vez (que eu me lembre, fora Titanic, claro), com o filme do pokémon. Quando o Ash virou pedra e o Pikachu começou a chorar e tal. Até hoje choro quando tenho oportunidade de ver o filme. Eu praticamente sofro pelos outros, sofro sem motivos, me desligo.
E esse filme que assisti é o tipo de filme que não se procura. Às vezes você está assistindo TV e ele simplesmente está passando. Às vezes tá lá no canto da locadora, o unico sem o papel de locado no fim de semana. O fato é que quando você procura um filme triste, você nunca encontra um que você ainda não tenha assistido.
É o tipo de filme perfeito. São várias histórias, de várias pessoas, filosofia, amor e morte.
Meu dia foi bom.
Dormi com meus irmãos, acordei meu namorado, minha mãe me ensinou a dirigir e eu dormi a tarde inteira. Não há nada melhor do que estar com quem você gosta.
E um outro conselho: Se expressem. Escrevam, falem, reclamem. Porque quando se põe pra fora o que te incomoda, algo sempre quer te provar o contrário.
Se você reclamar do amor, algum apaixonado vai te contrariar.
Parece coisa de filme, mas é sempre assim.
Em um post eu reclamei da "Solidão de Domingo". E hoje, domingo, eu tive um ótimo dia.
Eu continuo não entendo muita coisa que existe mundo afora, ou dentro de mim, mas eu estou bem.
E eu continuo existindo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Passividade

Doente, faltei aula. Joguei The sims o dia inteiro. Pra me preocupar com alguma vida se não com a minha. Aliás, eu tenho estado alheia à minha vida como se eu tivesse deixado de acompanhar minha novela porque ela estava ficando complicada, chata ou repetitiva demais.
"Ninguém te aguentaria por tanto tempo".
Eu acho que as pessoas param de gostar de mim porque eu mesma não me gosto. De alguma forma eu tenho estado ausente na minha própria vida e eu não sei como voltar pra cima do palco e...improvisar.
Já dizia Augusto Cury que temos que ser protagonistas de nossas vidas, subir no palco e deixarmos de ser apenas espectadores. Mas eu já nem estou dentro do auditório. Não me conformo com o roteiro, não consigo entrar no personagem, muito menos consigo ter afinidade com os figurantes ou antagonistas.
Eu não tenho algo pra me focar.
Mas eu tenho também boas notícias. Estudei matemática! Porém não me sinto mais eficiente por isso. Só não quero ficar com a mente desocupada demais.
Enfim, nunca vou conseguir me acostumar com as novas regras de português. Odeio quem aceita essas coisas. Só assim os analfabetos do Brasil irão pra frente.
Já desperdicei todo o meu dia, como desperdiço todos os outros. Amanhã já é quarta e vai faltar só mais um dia pra sexta-feira. Incrível como nem os momentos desagradáveis demoram a passar.
É, eu nunca disse que era perfeita.

domingo, 14 de setembro de 2008

Solidão de Domingo

Sexta-feira fui ver uma peça de teatro com esse título. Sinceramente, entender a solidão é como estar dentro da própria mente. Você sabe o que se passa, mas nem sempre entende. às vezes você entende, mas não consegue expressar.
Hoje foi um dia completamente frustrante pra mim, de fato. E eu acho que, se hoje eu fosse assistir àquela peça novamente, eu a entenderia de forma completamente diferente.
Segurar-se em algo, ver aquilo desabar, frustrar-se e render-se à insanidade. É, acho que era disso que falava. No final, nada realmente precisa ser registrado, nada precisa realmente acontecer, ou talvez nada precise de preocupação. Porque as coisas simplesmente passam e a única coisa que resta são vagas lembranças nessa rotina caótica em que vivemos. E geralmente nós só nos lembramos naquele momento de insônia no qual deitamos nossa cabeça sobre o travesseiro e tentamos sonhar.
Talvez meio clichê, mas eu não me importo.
Dessa vez eu preciso terminar o que comecei e agora eu sou o unico motivo disso.
Mais uma vez tenho que obedecer o despertador, limitar-me ao relógio, tomar decisões, ter responsabilidades e esperar a semana acabar tão rápida quanto um final de semana.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Falta do que fazer

Eu sei que em época de política ninguém passa fome, rola dinheiro na cidade e que é uma oportunidade de todo mundo trabalhar e tal. Mas eu não aguento mais esses carros de som e essa disputa na cidade. Onde quer que eu vá tem gente falando de candidato e o caralho a quatro.
Eu, particularmente, não gostaria de ter a minha foto em todos os 999 becos da cidade.
E o pior: como no Ceará, TUDO é forró, nós temos que ouvir paródias mal feitas repetindo a porra do numero e do nome do candidato em um ritmo nada agradável.
Eu já estou quase me conformando, enfim. E agradeço por não ter nenhuma dessas músicas horrendas na minha cabeça.
Eu não entendo a obsessão de certas pessoas por certos candidatos e muito menos entendo por que elas discutem por causa disso. Nunca vi tanta briga na minha vida como em época de eleição.
Enfim, eu estou feliz por menos que pareça. Fiz esse blog pra reclamar das coisas que entediariam as pessoas, e está funcionando!
MTV na parabólica e eu não tenho parabólica. É a vingança do povo.
Escutem "I kissed a girl" da Katy Perry e fiquem com ela na cabeça pelo resto das suas vidas, beijos.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Borboletas no estômago

Eu estou sentada esperando o telefone tocar e ele ligar pra dizer que está bem. Não vou conseguir dormir.
Nem assim eu consigo sentir as borboletas. Acho que elas morreram.
Já fiz apresentações de teatro, cantei no show de línguas, falei em público, mas eu realmente não consigo me lembrar da ultima vez em que tive a sensação de borboletas. A ultima coisa que me lembro de sentir é frustração. Cansei de ter que fazer coisas como ir à escola, fazer trabalhos, ir à academia, dar tchau, tomar decisões.
O que eu mais queria era poder dormir em qualquer lugar, nunca precisar ir embora, não ter hora pra acordar e nem ter pressão para fazer o que não quero.

Tem uma neblina na minha mente. Sempre consigo o que quero, mas nada é do jeito que deveria ser. Deveria realmente existir um mundo paralelo a esse de decisões, pressão e responsabilidades. Cansei. Simplesmente cansei.
Sempre tenho a impressão de que falta alguma coisa. Eu nunca estou perto o bastante para realmente sentir; nunca estou entusiasmada o bastante para me inspirar; nunca estou feliz o bastante pra dizê-lo; nunca estou triste o bastante pra chorar; nunca estou vazia o bastante pra não pensar; nunca estou satisfeita o bastante pra dizer "já chega". Talvez falte alguma palavra, talvez falte alguém, talvez falte um pensamento, um ponto de vista, um lugar, um momento, uma ação.
Talvez faltem as borboletas no estômago.