sábado, 11 de outubro de 2008

Vozes

A neve cai pesada em algum lugar do mundo onde eu queria estar. Eu seria anônima. E eu começaria novamente.
E eu continuo aqui, vendo TV, me alimentando de imagens que eu nunca serei.
Acontece que chega um momento na sua vida em que tudo está tão desorganizado que você não consegue mais colocar os pensamentos em ordem. Você teria que tirar tudo de lá e começar do zero.
Você esvazia o quarto, as gavetas, o guarda-roupa e arruma tudo do jeito que você fez no começo.
Mas é inútil. Porque você vive, você se apressa, você muda as coisas de lugar e de repente você não sabe mais onde elas estão.
As coisas tomam rumos estranhos. Nós ficamos pensando e nos perguntando onde erramos, mas não adianta nem saber o que aconteceu, porque a gente não pode voltar no passado e mudar tudo. E, às vezes, as coisas parecem tão perdidas que nos falta estímulo para recuperá-las.
A verdade é que nós somos escravos da nossa mente. Ela nos faz agir diferente tendo motivos que não conseguimos processar no momento. Nosso comportamento para com alguém funciona de acordo com lembranças. Sejam elas conscientes ou inconscientes. É o que chamamos de intimidade.
É um conceito meu, e também a única explicação para o comportamento que eu tenho tido com algumas pessoas. Às vezes as pessoas te dizem alguma coisa sobre alguém e quando você está com esse alguém você fica procurando motivos para que aquilo seja verdade. Mesmo que você queira que seja mentira.
Algumas vezes saber de nada é melhor do que saber disso tudo.
Estou complicada hoje.
O post também.
Mas é madrugada.
E a madrugada a hora da inspiração.
De alguma forma eu me sinto inexistente. E não é surpresa alguma.

Um comentário:

BiancaThomaz disse...

Concordo com o teu conceito, amiga.
Texto ótimo, complexo, mas com muito sentido :D
Amei.