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Às vezes o passado volta. E as coisas que você não resolveu antes, bem, você não consegue resolvâ-las agora de qualquer maneira.
Eu vejo rostos que me causam arrepios e me dão vontade de morrer. Todos os dias, alguns dias mais do que outros.
Estou vivendo de déjà vu e às vezes eu queria deixar de ser um troféu na estante de alguém e queria que ao menos uma vez ela se importasse com o que eu sinto, com o que eu penso. Talvez eu mereça mais do que acho que mereço.
Eu nunca me senti tão ignorada, mesmo quando tem tanta gente me perguntando o que eu sinto. É só que as pessoas que eu queria que se preocupassem, simplesmente não se preocupam e tampouco se importam se têm algo pra se preocupar.
É fácil falar, depois do leite derramado, "por que você não me contou?". E você entenderia? Você entende? Bem, o que eu sei é que você nem procura entender.
Eu sou um emaranhado de cordas que estão prestes a arrebentar no meio de outras que já estão gastas o bastante, esperando só um sopro do vento ou algo como isso. Então eles dizem que estou revoltada, que sou fresca e só concordo porque eu percebi que não adianta me defender. Eu mudo meus hábitos alimentares, eu tento ressucitar roupas, perder peso, talvez até estudar ou dormir em um horário diferente, sumir dois dias da rotina e parece que nada adianta. Eu não tenho a satisfação, nem a saúde, nem a boa nota, nem o prazer. Pra quem não tinha emoções, eu pareço uma ferida inflamada agora.
Talvez seja a hora de entender que eu sou feita de linhas, não de elásticos.
Essa noite eu tive um sonho daqueles em que você não tem vontade de acordar. Sonhei que eu estava em um tipo de ilha, onde tinha mar, areia, árvores e grama verde. E eu corria pela areia, pela grama, corria entre as árvores e eu me sentia tão...livre. Eu não me sentia cansada de correr, muito pelo contrário, eu me sentia viva, disposta. Me sentia muito mais viva no sonho do que costumo me sentir na realidade. Eu estava correndo pra chegar em algum lugar, mas eu sempre me esquecia do caminho. Então eu voltava para um tipo de pousada onde eu estava, meus amigos e família estavam lá reunidos. Havia piscinas e chalés de madeira. O sol era agradável, como se sempre houvesse uma nuvem na frente dele.
Sempre fui vidrada nessa idéia de liberdade. Dizem que é porque sou aquariana, não sei.
Mas durante todo o sonho, eu corria pelo mesmo caminho, mais pela sensação de liberdade do que pelo propósito de chegar a algum lugar.Esses sonhos costumam ser frustrantes quando acordamos, mas penso que eles sempre costumam nos ensinar algo sobre nós mesmos.Hoje descobri que o limite da minha liberdade é o medo de me perder.
"Eu não sei o que você está esperando de mim. Eu estou andando com seus pés, seguindo as suas palavras. Há algo frágil separando minha vontade da minha sanidade. E ainda assim, cada passo que eu dou é mais um erro que eu cometo pra você. Eu posso sentir você aqui, controlando o que eu penso, observando o que eu digo, e eu faço tudo de acordo com essa idéia de que você pode estar me observando de alguma forma. Eu fecho as portas, viro as fotos para a parede, cubro os espelhos. Mas você continua aqui. Estou cansada de fingir ser a sua garota perfeita, enfeitando sua imagem quando você anda. Eu me afundei em você e cada vez mais eu só pareço estar perdendo o que ainda resta do que eu costumava ser. Mesmo lembrando de toda a vergonha que eu derramei sobre mim, eu ainda gostaria de ser menos como você e mais como eu.
Você está cego pelo seu rancor, tentando suprir a necessidade de ser melhor do que alguém que você nem conhece. Você não vê que você está me destruindo, me segurando forte, com medo de perder o controle. Me observa indo embora, não suportando a idéia de me deixar ir, sabendo que eu posso não voltar amanhã. E ainda assim você se sente meio indisposto quando vê que eu volto e ainda não sou o que você gostaria que eu fosse. Eu estou caindo aos pedaços bem na sua frente. Cada segundo que eu passo com você é mais do que eu posso aguentar.
Eu me tornei fraca, moldada pela sua idéia de perfeição.
Eu só gostaria que você tentasse ser o que você quer que eu seja."
Antes que vocês perguntem se eu estou com problemas, vou explicando que nem sempre escrevo sobre mim. Eu estava escutando "numb" de Linkin Park e achei a letra parecida com alguém.
Então eu escrevo "entre as linhas" da música, se é que me entendem.
Enfim, se a carapuça serve a alguém, pois é.
A neve cai pesada em algum lugar do mundo onde eu queria estar. Eu seria anônima. E eu começaria novamente.
E eu continuo aqui, vendo TV, me alimentando de imagens que eu nunca serei.
Acontece que chega um momento na sua vida em que tudo está tão desorganizado que você não consegue mais colocar os pensamentos em ordem. Você teria que tirar tudo de lá e começar do zero.
Você esvazia o quarto, as gavetas, o guarda-roupa e arruma tudo do jeito que você fez no começo.
Mas é inútil. Porque você vive, você se apressa, você muda as coisas de lugar e de repente você não sabe mais onde elas estão.
As coisas tomam rumos estranhos. Nós ficamos pensando e nos perguntando onde erramos, mas não adianta nem saber o que aconteceu, porque a gente não pode voltar no passado e mudar tudo. E, às vezes, as coisas parecem tão perdidas que nos falta estímulo para recuperá-las.
A verdade é que nós somos escravos da nossa mente. Ela nos faz agir diferente tendo motivos que não conseguimos processar no momento. Nosso comportamento para com alguém funciona de acordo com lembranças. Sejam elas conscientes ou inconscientes. É o que chamamos de intimidade.
É um conceito meu, e também a única explicação para o comportamento que eu tenho tido com algumas pessoas. Às vezes as pessoas te dizem alguma coisa sobre alguém e quando você está com esse alguém você fica procurando motivos para que aquilo seja verdade. Mesmo que você queira que seja mentira.
Algumas vezes saber de nada é melhor do que saber disso tudo.
Estou complicada hoje.
O post também.
Mas é madrugada.
E a madrugada a hora da inspiração.
De alguma forma eu me sinto inexistente. E não é surpresa alguma.
Comecei a escrever porque me faz mal não me expressar. Geralmente a gente pensa, escreve as coisas em um lugar qualquer e elas se perdem com o tempo. Aqui tenho a oportunidade de compartilhar meus pensamentos com quem se interesse e fico feliz que alguém se identifique com o que escrevo. Obrigado a quem me incentiva e a quem me elogia. Os comentários são poucos, mas são únicos e especiais.
Esses dias foram meio nublados pra minha inspiração. Deve ser a TPM, não sei. Eu sempre fico meio otimista e isso me bloqueia muito. Mas hoje eu cheguei em casa cansada, me deitei e as idéias simplesmente começaram a borbulhar dentro da minha mente. Então eu tive que me levantar pra escrever aqui.
Muitas coisas novas têm acontecido.
Nesse feriado eu descobri milhares de novas sensações que nem consigo lembrar direito. De alguma forma, elas vieram como um déjà vu. É sempre assim. Tudo que vivo ou sinto pela primeira vez me faz ter a sensação de que eu já vivi e não me lembro. Talvez porque eu tenha imaginado como seria.
Descobri que é bom ficar triste, que é bom chorar, sofrer. Só assim nós sabemos por que é tão importante estarmos felizes. Quem ignora a tristeza provavelmente nem sabe por que está sorrindo. Talvez nem saiba por que está vivendo.
Também descobri que o o passado e o presente são como duas linhas que se entrelaçam constatemente, e os espaços que existem entre uma linha e outra são nossas escolhas para o futuro.
O problema nessas escolhas é que não podemos voltar para o passado, não sabemos quanto tempo dura o se realmente existe o presente e nem sabemos o que podemos esperar do futuro.
Já sonho e realidade são linhas que dificilmente se enlaçam. Mas são interligadas. Nossa dificuldade é saber onde a ponta de uma começa e a outra termina para podemos cortá-las e separá-las. Eu, particularmente, acho que elas ficam bem melhores juntas.